
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

CONFECOM:
Ditadura
da liderança
dos
movimentos
sociais
sobre sua base
Durante o processo da revolução russa, não ocorreu a prometida ditadura do proletariado, que é a única democracia possível. Deixando de lado os ideais preconizados anteriormente, para a transformação, o que aconteceu, de fato, foi a ditadura dos líderes sobre o proletariado. [ “Ditadura do proletariado, a única democracia possível”: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2008/10/432128.shtml ]
Esta história vem se repetindo em outros países, o que não foi diferente no processo da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
Primeiro, meses atrás, os representantes dos movimentos sociais nacionais desconsideraram a decisão das Comissões Estaduais, que, em sua maioria, recusaram a proposta do governo e dos empresários, de dar a estes 40 % dos delegados e 60 % de votos para aprovação de temas sensíveis, os quais os capitalistas da mídia podem escolher ao seu bel prazer.
Alegam "nossos melhores quadros" que o governo impôs-lhes tal critério, na base do "ou é do nosso jeito, ou não tem Confecom". Tudo é feito para agradar aos empresários da comunicação, sem qualquer limite na submissão da liderança dos movimentos sociais aos interesses dos petistas, os quais também dominam a representação dos movimentos sociais. Tudo que eles querem, é encher o caixa de campanha da Dilma, agradando seus financiadores, para os quais trabalha o inconstitucional e impune oligopólio da mídia.
Ontem (14/12), mais uma vez, as entidades dos movimentos sociais que participam da Comissão Organizadora Nacional (CON) traíram novamente aos interesses de suas bases, aceitando que o limite de 60 % para temas sensíveis fosse também aplicado aos Grupos de Trabalho (GT), coisa que não estava combinado anteriormente.
Minutos antes da abertura do evento, a ABRA - Associação Brasileira de Radiodifusores, solicitou uma reunião para dizer que, se os movimentos sociais não aceitassem esta condição, deixariam a Confecom, como seus 200 delegados, como a Rede Globo já o fez, meses atrás.
Acreditando ser importante manter estes empresários para legitimar a Confecom, entidades como a Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas, ABCCom - Associação Brasileira de Canais Comunitários a Cabo e ABEPEC - Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais votaram no sentido de aceitar a exigência dos capitalistas.
À noite, quando foram prestar contas de sua decisão aos delegados dos movimentos sociais presentes à Confecom, constatou-se o abismo existente entre eles e a cúpula.
Enquanto os que conduziam a plenária, faziam de tudo para impor sua tese, a base, em sua quase totalidade, defendia que sua liderança havia extrapolado os limites do bom senso e teriam de voltar atrás na decisão que tomaram. Neste processo, uns 300 delegados vaiaram solenemente as entidades que contribuíram para este estrago, chamando-as insistentemente de golpistas e pelegas, termo destinado para quem procura amaciar a relação entre classes, buscando a conciliação, ao invés do confronto de classes.
Mesmo após tamanha manifestação, as lideranças ainda fizeram de tudo para adiar a votação das propostas, literalmente, empurrando-a com a barriga, noite adentro e tendendo para a madrugada, quando não haveria mais ônibus para voltar ao hotel. Após a plenária insistir várias vezes gritando “vota, vota, vota”, os condutores do encontro se viram obrigados a respeitar a vontade dos presentes. Assim, ficou decidido que a liderança deveria procurar os empresários e desfazer a decisão anterior, sabendo-se, de antemão, que se estaria correndo o risco da ABRA abandonar o evento.
Encontrando com um diretor da Fenaj, com o qual convivo eventualmente, em Belo Horizonte, comentei o fato, obtendo como resposta que sempre houve esta diferença entre as posições das lideranças e das bases. Retruquei que, numa ditadura, sempre é assim, o que jamais deveria ocorrer num ambiente verdadeiramente democrático.
Hoje, na plenária em que se discutia o regimento da Confecom, a base votou contra temas sensíveis nos GT, derrubando a decisão dos ditadores do movimento social.
Foi um momento pequeno, porém simbólico de que esta dominação, um dia, poderá mudar. Assim, a base do movimento social, independente da conciliação de classe defendida por seus “legítimos” representantes, espera que, na plenária final, derrubará o critério de tema sensível e mantido a tradicional a aprovação com apenas uma maioria simples.
ABAIXO A DITADURA DOS LÍDERES SOBRE O PROLETARIADO!
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Juca Kfouri: Aécio bate em namorada, na festa da Calvin Klein
Heitor Reis (*)
Apesar do desmentido da Assessoria de Comunicação do Governador Aécio Neves, Juca Kfouri insiste em manter sua versão do fato, segundo ele, testemunhado por várias pessoas presentes ao evento. Seu texto gerou 307 comentários que merecem ser lidos. [ http://blogdojuca.blog.uol.
O sítio de Joyce Pascowitch também documenta o fato, mas não conta o nome do santo: [ http://glamurama.uol.com.br/
“Um dos convidados mais importantes e famosos da festa que o estilista Francisco Costa, da Calvin Klein, deu na piscina do hotel Fasano, no Rio, nesse domingo, acabou estrelando uma cena que deixou todos os convidados constrangidos. Visivelmente alterado, ele deu um tapa na moça que o acompanhava - namorada dele há algum tempo. Ela caiu no chão, levantou e revidou a agressão. A plateia era grande e alguns chegaram a separar o casal para apartar a briga. O clima, claro, ficou muito pesado.”
Agora, surgiu o desmentido da namorada do Aécio. Então, cumpre ao Kfouri e à Joyce apresentar as tais testemunhas que elegam terem visto a agressão.
Se Kfouri está inventando, Aécio certamente o acionará na justiça por danos morais, difamação, injúria e/ou calúnia, nos termos da Constituição Federal.
Há algo mais nesta história... Kfouri levanta uma lebre pesada sobre o pré-candidato à Presidência da República:
"A imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos.”
Kfouri condena a imprensa brasileira por ter escondido do grande público o fato de que Fernando Collor tinha (ou ainda tem, não sei) certos hábitos, condenáveis, pelo contexto.
A revista Veja entrevistou o próprio irmão do ex-presidente sobre o assunto:
“Pedro Collor revela que o ex-presidente consumia cocaína” E a própria revista afirma: “Em Brasília, onde passou a juventude, Collor ganhou o apelido de ‘Fernandinho do Pó’.”
[ http://veja.abril.com.br/
Perseu Abramo concluiu que a grande imprensa é inimiga do povo brasileiro por causa da enganação produzida ao produzir a informação, tema sobre o qual se debruçou, produzindo um excelente trabalho a respeito, intitulado “Significado político da manipulação na grande imprensa”. Isto numa época em que vigorava a ditatorial obrigatoriedade do diploma de jornalista.
[ http://www2.fpa.org.br/portal/
Em Belo Horizonte, qualquer motorista de taxi pode confirmar o que todos afirmam: Aécio tem o mesmo hábito condenável de Collor. Além disto, vive mais no Rio que em MG, sendo conhecido como “Menino do Rio”.
E ainda acrescentam que ele fecha um andar da Maternidade Mater Dei para eventuais desintoxicações. Certamente, se houver jornalismo de verdade neste país este assunto deveria ser colocado em pratos limpos.
No meio jornalístico das alterosas também é comum se ouvir que Aécio comprou a grande mídia, a qual jamais criticou seu governo. Alguns afirmam o valor pago por fora ou melhor, não contabilizado: R$ 500.000,00 para cada. Caixa 2.
O Sindicato dos Jornalistas de MG divulgou manifesto, junto com várias entidades dos movimentos sociais acusando o Aécio de ser o “Governador da Censura”. [ www.midiaindependente.org/pt/
Há farta informação sobre o ditador das Gerais no sítio da NovaE, intitulado “Petistas que alimentam Aécio”, disponível em http://www.novae.inf.br/site/
Já o Novo Jornal, de MG, também analisa a declaração de renda do governador e levanta suspeita sobre um apartamento declarado por Aécio em Copacabana. Vale R$ 12 milhões e o Menino do Rio não tem verba oficial para adquirí-lo. E tem muito mais!... http://www.novojornal.com/
Supondo que Aécio tenha batido realmente nesta moça, alguém pode estipular qual o valor a ser negociado, também por fora, para que a ilustre senhorita, caso não seja masoquista, concorde em não denunciar o Menino do Rio na justiça para cobrar publicamente, a aplicação da Lei Maria da Penha e uma polpuda indenização? Ou para desmentir tudo e afirmar que nada disto é verdade?
O único receio que eu tenho é que esta verba saia dos cofres públicos ou de empresários que irão mamar em nossas tetas no futuro ou já o estejam fazendo atualmente.
Portanto, aguardemos uma ação judicial da parte de Aécio Neves ou teremos de ficar com o tradicional, quem cala, consente! Ou melhor, quem afirma que foi difamado, caluniado ou injuriado e não processa o que praticou tal crime, seguramente tem algo a esconder.
Como pré-candidato ao cargo mais elevado da Nação, este assunto deveria ser investigado à exaustão, permitindo que todos tenham conhecimento do que aconteceu de fato.
Vamos ver se a censura da mídia, ou ditadura da mídia, como diz o título da obra de Altamiro Borges, será devidamente abordada nesta I Conferência Nacional da Comunicação, onde poderá ser explicado a razão pela qual certas notícias não são publicadas e outras não, dependendo do cargo, do candidato ou de sua coloração política, como adverte Luiz Carlos Azenha.
Um fato curioso é que, no sítio deste ex-jornalista da Globo, há uma foto onde se afirma ser do momento do tapa de Aécio na felizarda e futura nova rica. Diz o texto: “Na foto, Aécio espanca acompanhante” Mas, na realidade, o que vemos são duas mulheres conversando e tem a logomarca do “Globo Repórter”, com o título “Míriam Dutra, Lisboa”.
Apesar disto, ali há informações interessantes que merecem ser apreciadas com carinho: http://www.viomundo.com.br/
Mais sobre as trapalhadas do nosso garoto carioca:
“Liberdade, essa palavra”: www.youtube.com/watch?v=
“Gagged in Brazil - Censura na Imprensa”: http://www.youtube.com/watch?
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Heitor Reis (*)
>>Uma nota de capa de O Globo tinha como título "Sarkozy vai e Lula manda vice". Uma matéria interna (pág. 9) tinha como título "Sarkozy consola parentes; Lula estava longe". (...) Os leitores que se derem ao trabalho de ler, tanto a nota quanto a matéria interna, no entanto, ficarão sabendo: que o
Honorável mestre Vinício Lima:
Por que tu não disseste uma única palavra para mencionar o papel dos jornalistas diplomados (ou não) que participam da situação que condenas? Não são os jornalistas de insinuação que fazem o jornalismo de insinuação? A UnB, qualquer outra universidade ou faculdade tem interesse em acompanhar o desempenho de seus ex-alunos, quando exercem a profissão? Há alguma tese acadêmica a este respeito?
Caso positivo, a UnB está satisfeita com o resultado? O senhor, pessoalmente, está satisfeito com o trabalho dos alunos que tem formado? Será como o Lalo (ECA-USP) percebe tudo isto? Caso negativo, por que não começar a fazê-lo, agora?
O
Se já abordaste esta questão em outros artigos, seria importante, ter mencionado neste, para uma visão mais ampla do assunto...
E, daí, surgem outras questões...
Os sindicatos dos jornalistas ou sua federação tem se interessado em enfrentar o fato de que boa parte de seus profissionais praticam o jornalismo de insinuação, de manipulação e de enganação?
A Fenaj tem feito uma cobertura eticamente correta desta questão ou também manipula a informação, mostrando ou insinuando apenas o ângulo que lhe convém?
A obrigatoriedade do diploma ou não evitaria que coisas assim acontecessem?
A obrigatoriedade garante apenas a qualidade técnica e estética da informação ou também a
Por que os países mais desenvolvidos não adotam a obrigatoriedade?
Matérias como esta que analisastes parcialmente, que são inúmeras, demonstram que não existe ética jornalística alguma, mas apenas ética materialística na grande imprensa, como documentou Perseu Abramo? Sugiro como livro de cabeceira, "Significado político da manipulação na grande imprensa". [ www2.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=55 ]
Não seria melhor exigir a obrigatoriedade do diploma apenas para os empresários da mídia, com um conselho profissional para fiscalizá-los e puní-los por impor sua ética do lucro e da política partidária, a qualquer custo, aos seus lacaios? Um conselho editorial composto por representantes dos movimentos sociais para controlar a atuação da empresa seria também altamente salutar, ainda que extremamente improvável num país capitalista...
Certo é que, numa nação com 74 % de analfabetos e semi-analfabetos nenhum veículo de comunicação pode ter profundidade, caso queira atingir o grande público. E, numa sociedade conservadora como a nossa, o número de analfabetos políticos (Bertolt Brecht) é ainda maior! Cada povo tem os governantes, empresários, jornalismo e os jornalistas que merece!
Lula visitou Santa Catarina após o desastre "natural" que ocorreu por lá... Mas qual o veículo divulgou a responsabilidade dele por não ter liberado anteriormente a verba prevista para evitar o desastre? A resposta está em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=514JDB004
Por que será que nenhum dos 32 comentários feitos sobre o artigo disponível no Observatório da Imprensa menciona a responsabilidade do jornalista de insinuação, do diploma e da instituição em que ele se formou?
Mais detalhes em:
A sociedade quer informação com ética e qualidade?
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=529DAC001
Diploma impede o empresário de dominar sobre a consciência do jornalista
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=504DAC007
Liberdade de imprensa para quem?
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=491FDS008
(*) Heitor Reis é um subversivo e um indivíduo perigoso do ponto de vista dos milicos e de Gilmar Mendes. Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e
Por Venício A. de Lima em 9/6/2009 |
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Os últimos dados sobre a circulação média de jornais divulgados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) para o mês de abril, e o tipo de jornalismo que continua sendo praticado pelos principais jornalões brasileiros, trouxeram à memória uma música de Paul Simon, muito popular nos anos 1970. Lançada em 1973, mesmo ano das audiências do caso Watergate no Congresso dos EUA, o refrão de Loves me like a rock ("gosta de mim tanto quanto um rock") repetia: "who do you think you´re fooling?" ( A circulação dos jornalõesDados do IVC revelam que a Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo perderam, respectivamente, 10,84%, 7,75% e 16,93% de circulação média diária em abril de 2009, se comparada aos números de abril de 2008. Nenhum deles atinge a circulação de 300 mil exemplares diários. Os números arredondados são, respectivamente, 289 mil, 259 mil e 214 mil exemplares (role a página Se supusermos que cada exemplar é lido, em média, por quatro (?) pessoas, Considerando esses números em perspectiva histórica, verifica-se que, apesar do crescimento da população alfabetizada, há uma tendência clara de queda nos últimos anos. No ano Na verdade, os dados do IVC apenas confirmam o que já se sabia: os jornalões, cada vez mais, circulam apenas entre parcela muito reduzida da elite letrada brasileira. Apesar disso, os números não parecem assustar o representante da Jornalismo de insinuação (e de exclusão)O tipo de cobertura jornalística praticado pelos jornalões aparentemente não se interessa em conquistar novos leitores. Em princípio, uma cobertura equilibrada, que represente todos os lados envolvidos nas questões, seria aquela capaz de conquistar credibilidade e atrair Se, no entanto, a cobertura jornalística obedece sempre a um mesmo "enquadramento" para diferentes notícias – "enquadramento" perceptível até mesmo para um leitor menos atento –, o que ela faz é reforçar, diariamente, a opinião dos atuais (poucos) leitores. Ao mesmo tempo, excluem-se eventuais novos leitores que não se alinhem com o "enquadramento" da cobertura. Outra possibilidade, creio, mais remota, seria o jornal crescer dentro do universo de leitores potenciais que também se sentiriam reforçados com o "enquadramento" já praticado. Poucos quilômetrosTomemos um pequeno, mas emblemático, exemplo: a cobertura oferecida pelo jornal O Globo na terça feira (2/6), sobre o comportamento comparado dos presidentes da França A "má vontade" da cobertura política dos jornalões em relação ao presidente da República, seu partido e seus aliados, embora não consensual, é certamente conhecida e reconhecida. Não me refiro, por óbvio, à fiscalização das atividades do Executivo, nem às denúncias fundadas de corrupção, nem aos editoriais, nem à opinião de colunistas e/ou articulistas. Refiro-me tão somente à rotina diária da cobertura política. Uma nota de capa de O Globo tinha como título "Sarkozy vai e Lula manda vice". Uma matéria interna (pág. 9) tinha como título "Sarkozy consola parentes; Lula estava longe". Seria difícil negar que esses títulos – estatisticamente mais lidos do que o conteúdo das matérias – insinuam que o Os leitores que se derem ao trabalho de ler, tanto a nota quanto a matéria interna, no entanto, ficarão sabendo: que o Nem a nota, nem a matéria de O Globo, todavia, informam ao leitor que o Palácio do Eliseu, onde estava o presidente da França (aliás, país de origem da Air France e membro-sede do consórcio franco-germânico-espanhol – European Aeronautic Defence and Space Company (EADS) – fabricante do Airbus A330-200), fica a poucos quilômetros do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, onde Sarkozy se reuniu com os familiares das vítimas. "Who do you think you´re fooling?" O jornalismo de insinuação, ao "dar a entender de modo sutil ou indireto" uma interpretação tendenciosa, fere o princípio básico do jornalismo que é seu compromisso Utilizar o jornalismo de insinuação até mesmo na cobertura de uma tragédia das proporções do acidente do voo 447 da Air France, com o objetivo de atingir politicamente um presidente da República cujos índices de aprovação, em todas as camadas sociais, estabelecem recordes históricos, não parece revelar a intenção de ampliar o número de leitores ou aumentar a circulação do jornal. Na hipótese inversa, estaríamos supondo que os jornalões ainda acreditam que seus leitores (antigos e/ou novos) são incapazes de fazer a distinção entre a insinuação dos títulos, a omissão de informações na matéria Se for esse o caso, valeria repetir para os jornalões, o refrão da musica de Paul Simon: "Who do you think you´re fooling?". URL: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=541JDB002__,_._,___ |
sábado, 2 de maio de 2009
Precisamos
realmente
de mais
democracia?
No último domingo de abril (26/04/2009), tive o prazer de assistir, pela rede mundial de computadores, a TV Educativa do Paraná (RTVE-PR), onde, no
[ Todo domingo, 21:30 h, ao vivo pela rede, www.rtve.pr.gov.br . Quem se interessar em ouvir a gravação que fiz do áudio do programa, MP3 40 Kbps, 1:30 h, 21 Mb, basta copiá-la no seguinte endereço:
http://rapidshare.com/files/226190742/BR_Na__o_Confecom_26_04_2008.mp3.html ]
Chamo a atenção do leitor para o encerramento do programa, com uma excelente proposta de reflexão da parte do telespectador, como prova da necessidade de uma conferência para o setor: Existe alguma TV comercial discutindo este tema?
Certamente, o Ministro da Globo,
Em dado momento, após quase meia hora de debate, surgiu a seguinte questão: Como fazer para que mais tecnologia (na comunicação) represente, de fato, mais democracia? (aos 27 minutos do áudio citado)
Então, é neste ponto que gostaria de aprofundar nossa reflexão, inspirado no clima crítico e contundente em que ocorria o debate... Isto é impossível no limitado tempo da TV, em função dos vários assuntos em foco. Também há pouco interesse do público e dos grandes capitalistas em discutir este tema publicamente, os quais são anunciantes das grandes redes comerciais. Mas, certamente, deve apimentar o cardápio de nossos maiores empresários, em seus encontros mais discretos.
Democracia é como gravidez, em que, ou se está ou não se está grávida? Ou é um processo gradual em que, após estabelecida, é possível vários graus de democracia? Uma democracia padrão poderia ser mensurada em índices do tipo 10 %, 50 %, 100 % ou 150 %? Ou só existe democracia padrão 100 %, sendo impossível haver menor ou maior intensidade desta forma de governo? Menos que 100 % de democracia é sempre uma ditadura? O que é uma democracia plena? É-se possível radicalizar na democracia? Ou ela, em si mesma já é o máximo possível de radicalização? É possível existir democracia com um déficit (uma deficiência) de si mesma? Uma democracia meia-boca é uma democracia de verdade? Merece este nome?
O Estado, dominado pelos grandes capitalistas, estabelece um senso comum de que estamos numa democracia de verdade. Isto é disseminado através do sistema de ensino e do sistema teoricamente público de comunicação. Muito especialmente quando se trata de uma concessão pública para o setor privado, o qual atua apenas para atender aos interesses particulares, políticos e comerciais de seus donos e de seus anunciantes. O próprio Estado privatizado destina para este sistema 1,5 bilhão de reais anualmente, na forma de publicidade. E, para as emissoras (e jornais) comunitárias, nada! Ou melhor, apenas perseguição. Mais de 1.200 por ano foram fechadas no atual governo. Assim, já podemos imaginar como foi este programa da RTVE-PR.
Somos bombardeados diuturnamente com uma lavagem cerebral nos inoculando
O verdadeiro jornalismo, o
Mas o que significa, realmente, um Estado Democrático de Direito? Pura e simplesmente que há direitos teoricamente assegurados às pessoas em muitos ou todos os setores da atividade humana, inclusive o de viver sob uma democracia, ter acesso ao trabalho, saúde, educação, salário digno, lazer, e à própria justiça, etc.
Portanto, um Estado Democrático de Direito é uma ficção científica, jurídica, política, econômica e social, mas não há garantia alguma que funcione verdadeiramente, na prática. Basta observarmos a elevada concentração de riqueza em nosso país, onde 10 % da população abocanharam 75% da riqueza
Quanto tempo se leva para um processo ser concluído na justiça. Justiça??? Por que mais de 1517 sem-terra assassinados pelos ruralistas de
Por que o processo do assassinato de Celso Daniel está parado em sua fase inicial há anos
Há democracia, onde não há justiça? Onde um banqueiro condenado tem dois Habeas Corpus concedidos pelo seu amigo (sócio?) e Presidente do Supremo Tribunal Federal duas vezes em 48 horas, apesar de tentar impedir o andamento da justiça, subornando seus investigadores? Onde este mesmo criminoso internacional afirma impunemente que na instância superior seus processos terão a solução que lhe interessa? Onde o pobre não tem direito a um advogado, os milhares de processos se acumulam nos tribunais e sentenças são vendidas como banana em uma feira? Ou num leilão?
Vale a pena lembrar, que nem os militares, quando implantaram no país a censura, fecharam o
Agora, imagina o que seria um Estado Democrático de fato! Um estado em que todas as fantasias e sonhos do Estado Democrático de Direito se tornem realidade. Esta seria a verdadeira democracia. O governo seria do povo diretamente ou através de seu legítimos representantes. Mas entenda que um legítimo representante é aquele que representa seus eleitores
E quem tem condições de colocar tanto dinheiro assim num candidato? Naturalmente, pessoas muito ricas! Elas se tornam legitimamente representadas por quem recebe seu dinheiro para fazer uma propaganda maravilhosa e enganar os mais pobres como se fossem fazer tudo que estes querem.
E no caso em que o povo governe verdadeiramente, seria possível o povo governar mais ou menos? A ação de governar numa democracia exige que se tenha maioria de votos. Algo matemático e científico! Os trabalhadores, que são a classe
Mas não ocorre o contrário? Os políticos eleitos governam prioritariamente para a classe mais abastada que lhes financiou o acesso ao cargo público. Então, este cargo público se torna privado e o Estado serve aos interesses de uma classe minoritária da sociedade, ao invés da maioria. Isto jamais pode ser chamado de uma república, mas de uma reparticular. Nem de democracia. Nem de democracia burguesa. Como pode ser burguês o governo do povo?
Numa democracia de verdade, é o povo quem governa. Ou governa ou não governa. Não me parece possível o povo governar mais ou menos, termos mais ou menos democracia. Por exemplo, uma classe social, uma categoria, uma raça ou um gênero ter mais votos que a proporção de cada categoria, no Congresso Nacional... Os grandes, médios e pequenos capitalistas teriam representação proporcional ao seu número na sociedade. Numa democracia, o número de representantes não seria maior nem menor que a proporcionalidade de cada parte que compõe
Portanto, defendo que é impossível termos mais democracia. Ela é matemática e cientificamente limitada pelo tamanho de cada grupo social que constitui uma nação, uma unidade da federação ou um município.
Diante deste conceito de democracia, lamentavelmente, somos forçados a concluir que estamos muito longe ainda de uma verdadeira democracia. Por outro lado, ao atingi-la, um dia, talvez, quem sabe, não precisaremos de mais nada, neste sentido. Por enquanto, se formos honestos, jamais diremos que é o povo que governa este país (democracia), mas os ricos. Trata-se de uma ditadura do poder econômico. Uma plutocracia!
Para quem ainda não sabe, Plutão era o deus das riquezas dos gregos
Usa o nome que quiseres, mas usa o nome correto para cada coisa. Dá o nome certo aos bois!
Não precisamos de mais democracia. Precisamos mesmo é revisar nossos conceitos sobre ela e outros temas relevantes. [ Sem conceitualização não há revolução! http://www.abn.com.br/editorias1.php?id=30862 ]
Precisamos apenas de uma boa, pura, simples e justa democracia. Nada mais, nada menos que a classe trabalhadora, por ser a maioria absoluta da população, se organize e assuma o comando deste país. Mas será que o trabalhador tem algum interesse em tal coisa? Ou está imbecilizado pela hipnose coletiva patrocinada pelos senhores do Estado, da educação e da mídia?
De uma coisa não tenho a menor dúvida: Enquanto julgarmos que temos uma democracia por aqui, jamais lutaremos
Mas, antes de tudo isto, teremos de superar nossa incompetência em colocar os mais elevados ideais na prática. [ O Fator Humano: www.HeitorReis.fr.fm/fh ]
Mais detalhes em:
http://prod.midiaindependente.org/pt/red/2009/04/445051.shtml .
(*) Heitor Reis é um subversivo e um indivíduo perigoso do ponto de vista dos milicos e de Gilmar Mendes. Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e
sábado, 25 de abril de 2009
Lula impõe ditadura da mídia
na Confecom
Claro que qualquer Conferência de Comunicação é melhor que nenhuma! Seguramente, diante de uma sociedade conservadora e alienada como a nossa, Lula foi ousado ao assinar o decreto convocando-a. É a primeira...
Certamente Lula não fez mais que isto, para não dar soco em ponta de faca. Faltou uma efetiva pressão política por parte da população em geral e dos movimentos sociais, no sentido de apoiá-lo ou para obrigá-lo a avançar ainda mais. [ Mais... ]